Embora possam me ajudar, não me contento exclusivamente com a razão, o existencialismo e o materialismo. Não, porque não consigo explicar tudo o que se passa na minha vida e à minha volta. Não, porque a Ciência por si só não responde nem nunca vai responder a tudo (muitas vezes levanta ainda mais questões). Não, porque sinto que há algo mais do que carne e osso, do que matéria, embora, no entanto, não saiba explicar o quê. Logo, acredito em “algo” mais, “algo” maior do que eu, do que nós, do que o visível e palpável. Esse “algo”, podendo ser ou não explicado como energia cósmica, influencia a minha vida de alguma maneira. Não acredito, porém, em qualquer religião que me imponha doutrinas ou num Deus com determinadas características humanizadas. Não é aí que encontrarei as minhas respostas.
Como surgiu o Universo? Como surgiram os astros? Alguém sabe explicar tudo apenas com uma teoria simplista como a do “Big Bang”? E o que existe para lá do Universo? O Universo é finito ou infinito? Quantas dimensões existem, se cada dia que passa os cientistas descobrem mais uma? Podemos manipular o espaço e o tempo, se está provado que não são constantes arbitrárias? Enquanto não houver resposta para isto, não poderei ser materialista. Nunca. Porque existe uma força que nos une, uma força que esteve na base da origem de tudo. Uma força desconhecida.
Passando a coisas mais terrenas, sinto e passo por coisas que indicam que há "algo" mais:
- Intuições, uma voz interior que me avisa, que pressente, que me aconselha.
- Sonhos premonitórios, daqueles onde vejo clarinho o que vai acontecer dias ou meses depois.
- Ter a sensação de reconhecer uma pessoa que vejo pela primeira vez e falar com ela como se já a conhecesse bem.
- Gostar ou não gostar de alguém, mesmo que tenha ou não tido problemas com essa pessoa.
- Luzes que piscam ou apagam, interferências electrónicas quando me aproximo.
- O porquê de gostar tanto dum lugar onde nunca estive e sentir saudades de lá ir.
- O porquê de me identificar com ou detestar civilizações do passado, como se tivesse vivido na sua época.
- Os mistérios da evolução da vida na Terra, as extinções em massa, as mutações.
- Os mistérios da História, os grandes monumentos, desaparecimentos e artefactos curiosos.
- Observar alguém sobreviver a uma doença graças ao “espírito” e poder da mente sobre o corpo.
- Saber que há zonas do meu cérebro que não sei bem para que servem.
- Observar coisas pelo canto do olho que tento explicar como sendo imaginação, mas que voltam a aparecer.
- Sentir aqueles arrepios na espinha sem explicação.
- Instintivamente, criar, "ter jeito", saber fazer coisas que nunca me ensinaram.
- Saber que quando estou calma e optimista, as coisas correm bem.
- Saber que quando estou com raiva e pessimista, as coisas correm mal.
- Sentir que nada acontece por acaso e deixar de acreditar em coincidências.
Consigo definir esse “algo” como Deus? Não sei. Porque o nome "Deus" normalmente está associado a uma religião, e esse não corresponde ao que sinto. Mas se Deus engloba a energia que nos envolve e que nos ultrapassa, a energia com a qual ainda não conseguimos nos sintonizar, sim. Defino o “algo” como Deus, ou como a Natureza, ou como Energia apenas.
Só sei que sei que nada sei... E as respostas só irão surgir quando eu menos as procurar, fora de quaisquer amarras criadas pela sociedade, por doutrinas, por ideais, por qualquer religião ou crença. A Ciência ajuda a compreendê-las. As respostas estão dentro de mim e vão emergir quando estiver em paz, serena e com a mente livre, nas simples coisas da vida.
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